domingo, 8 de abril de 2012

Nem sempre sou igual...

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés -
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

Alberto Caeiro.

3 comentários:

  1. Oi Zélia,

    Tudo bem? Adorei os seus comentários lá no blog.

    Quanto ao seu texto, me encante com:"Mudo, mas não mudo muito".

    Penso que somos o que desejamos ser e aí o mudar é tênue porque em si não há erros.

    Estarei sempre por aqui.

    Beijos.

    Lu
    www.lucianasantarita.blogspot.com.br

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  2. Ele era simplesmente... profundo!
    ... e lindo!

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  3. Que lindo...Alberto Caiero!!! Belo poema para se pensar e repensar!!
    Te deixo outro dele:

    "Leve, leve, muito leve,
    Um vento muito leve passa,
    E vai-se, sempre muito leve.
    E eu não sei o que penso
    Nem procuro sabê-lo".

    Beijo Zélia, com carinho!!
    Seu blog tem perfume de AMOR !!

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