domingo, 30 de setembro de 2012

Viração...

Voa um par de andorinhas, fazendo verão.
E vem uma vontade de rasgar velhas cartas,
velhos poemas, velhas contas recebidas.
Vontade de mudar de camisa,
por fora e por dentro... Vontade...
para que esse pudor de certas palavras?...
vontade de amar, simplesmente.

Mário Quintana.

4 comentários:

  1. O belo pelo belo...
    Este poema amiga é uma verdadeira pérola lírica. Aplausos!

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  2. Olá Zélia,

    sou seu mais novo seguidor e obrigado pela generosidade da sua atenção lá no nosso blog:

    Falando sério!

    O verão das andorinhas deste imortal Mário Quintana livra,liberta,abençoa,encoraja e sugere nos aquecermos nestes tempos de ar quente da vida e sobrevivermos.

    Sem sermos mornos,sem meio termo, sem insegurança,colacando a certeza de viver o dia na sua monumentalidade e colhendo-o, realmente, como uma fruta madura em nosso pomar da felicidade e que só de nós depende e então:

    "Carpe Dien"!

    Um abração carioca,Zélia.

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  3. A ocorrência do vocábulo "andorinhas" me chamou atenção. Integrará ela apenas uma representação de uma parcela do mundo? Ou há alguma simbologia por detrás? Não é que o eu-lírico tenha pensado nisto, mas me apressei em consultar meu dicionário de símbolos. E lá encontrei a informação de que a andorinha simboliza a primavera, por ser uma ave migradora que retorna frequentemente. Também ela simboliza a fecundidade e a luz. Acredita-se que ter um ninho delas em casa é sinal de boa ventura. Parece-me agora que andorinhas faz todo sentido, porque anunciam a transição da primavera para o verão. Trata-se de mudança. Esse prenúncio de mudança repercute no espírito do eu-lírico, que diz ter vontade de desfazer-se do velho (das cartas velhas, dos velhos costumes. Não foi Mário Quintana quem escrever "amar é mudar a alma de casa"? Está explicado seu desejo de revolução, de mudança pela força do amor.

    Beijos fagueiros, amiga!

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  4. Este pensador, viajeiro entre Sois
    Esta Ave pousada em mil embarcações
    Esbarco que passa sem vela ou remo
    Esta arca repleta de vibrantes emoções

    Esta mestiça flor de açafrão
    Este ramo de espinhos cravados na mão
    Esta alma que não ousa largar opinião
    Este homem vestido de solidão

    Doce beijo

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