sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ando muito completo de vazios...

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas.

Manoel de Barros.

2 comentários:

  1. Lindo este poema Zélia! Embora reflita um momento depressivo do poeta Manoel de Barros... Parabéns, amiga querida!

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  2. Lindo blog,lindos poemas,amei.
    Voltarei mais vezes,bom dia.

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