domingo, 6 de setembro de 2015

O Anel de Vidro...

Aquele pequenino anel que tu me deste, 
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou… 
Assim também o eterno amor que prometeste, 
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou. 
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste, 
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, 
– Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou… 
Não me turbou, porém, o despeito que investe 
Gritando maldições contra aquilo que amou. 
De ti conservo no peito a saudade celeste… 
Como também guardei o pó que me ficou 
Daquele pequenino anel que tu me deste…

Manuel Bandeira.