Na longa marginal, suor, olhar alheio, marcha lenta...
Abro o porta-luvas, dentro, um Quintana me orienta:
“A vida é uma tarefa que eu levo para fazer em casa."
Sigo reto, freio, reduzo, vejo luzes... Entre mil afazeres...
Desprendo-me do silêncio, emanando impropérios
pelos cruzamentos.
Deste modo, quando em mim, revejo o passado em asas...
Sei que menino, planejei vôos altos, deslumbramento.
A cada esquina, um filho parido abre os olhos,
nas mãos humildes, alegria parca, numa moeda como esmola.
A hora do rush é um suplício, peso nos ombros, cansaço...
Coço a vista, fome, rotina, enfado.
...Este engarrafamento...
Ouço, o que a vida tinha me reservado para [às SEIS] da tarde
Lá fora, todas as pessoas movem-se em busca do prazer...
Insistente, você me liga e diz sem demora o que está acontecendo...
Eu nunca entendo o que você tenta me dizer, assim, exatamente...
Apenas ouço em sua ligação: - Que meu filho irá nascer!!!
Posso não entender o mundo, sequer a vida. Destino, sobretudo.
Posso não ser um (deus), mas a escuto como letra de música,
[que suavemente invade...]
E sinto em meu sangue,
um turbilhão de vida, renovar-se agora,
tão pleno e explicitamente...
Marco Rocca.
Amigos é com grande prazer que compartilho com vocês essa prosa
Quintana disse também em um de seus curtos poemas em prosa, que "os verdadeiros poetas não lêem os outros poetas e sim os pequenos anúncios dos jornais”.
ResponderExcluirAos olhos do poeta, a historia cotidiana é tecida ao acaso dos lances, e as coisas mais banais se transformam em pura poesia.
Como disse antes, volte pra prosear quando quiser!:)
Bjusss
Nossa Zélia, adorei a iniciativa! Obrigada por me brindar com esta leitura!
ResponderExcluirUm bom dia, querida!
Zélia, sinceramente não tenho palavras para expressaar o quanto me deixa feliz esta homenagem. Sinto-me muito gratificado por esta publicação. Você, Zélia sabe realmente agradar um amigo verdadeiro. Valeu minha querida!
ResponderExcluirOlá Zélia, passei p/ agradecer a iniciativa de publicar esse poema tão especial p/ mim.
ResponderExcluirQdo o Rocca me convidou p/ construirmos juntos e lançou o tema, disse a ele que seria pai, daí o poema tomou outra direção e vendo-o aqui, percebo que realmente criamos algo que valeu a pena.
Aliás, como disse o poeta Pessoa: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena" e, a alma do Marco é enorme!
E a poesia cria asas, voa alto e chega a lugares que não imaginávamos inicialmente.
Obrigado e, qdo puder, conheça:
A hora da metamorfose.
Um poema especial, bem feito e que nos faz pensar sobre a vida!
ResponderExcluirbeijos,