Voa um par de andorinhas, fazendo verão.
E vem uma vontade de rasgar velhas cartas,
velhos poemas, velhas contas recebidas.
Vontade de mudar de camisa,
por fora e por dentro... Vontade...
para que esse pudor de certas palavras?...
vontade de amar, simplesmente.
Mário Quintana.
O belo pelo belo...
ResponderExcluirEste poema amiga é uma verdadeira pérola lírica. Aplausos!
Olá Zélia,
ResponderExcluirsou seu mais novo seguidor e obrigado pela generosidade da sua atenção lá no nosso blog:
Falando sério!
O verão das andorinhas deste imortal Mário Quintana livra,liberta,abençoa,encoraja e sugere nos aquecermos nestes tempos de ar quente da vida e sobrevivermos.
Sem sermos mornos,sem meio termo, sem insegurança,colacando a certeza de viver o dia na sua monumentalidade e colhendo-o, realmente, como uma fruta madura em nosso pomar da felicidade e que só de nós depende e então:
"Carpe Dien"!
Um abração carioca,Zélia.
A ocorrência do vocábulo "andorinhas" me chamou atenção. Integrará ela apenas uma representação de uma parcela do mundo? Ou há alguma simbologia por detrás? Não é que o eu-lírico tenha pensado nisto, mas me apressei em consultar meu dicionário de símbolos. E lá encontrei a informação de que a andorinha simboliza a primavera, por ser uma ave migradora que retorna frequentemente. Também ela simboliza a fecundidade e a luz. Acredita-se que ter um ninho delas em casa é sinal de boa ventura. Parece-me agora que andorinhas faz todo sentido, porque anunciam a transição da primavera para o verão. Trata-se de mudança. Esse prenúncio de mudança repercute no espírito do eu-lírico, que diz ter vontade de desfazer-se do velho (das cartas velhas, dos velhos costumes. Não foi Mário Quintana quem escrever "amar é mudar a alma de casa"? Está explicado seu desejo de revolução, de mudança pela força do amor.
ResponderExcluirBeijos fagueiros, amiga!
Este pensador, viajeiro entre Sois
ResponderExcluirEsta Ave pousada em mil embarcações
Esbarco que passa sem vela ou remo
Esta arca repleta de vibrantes emoções
Esta mestiça flor de açafrão
Este ramo de espinhos cravados na mão
Esta alma que não ousa largar opinião
Este homem vestido de solidão
Doce beijo