
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é
por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro
sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias
não confundam as nossas verdades,
mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular
o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo,
não percamos de vista
nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos,
a gente continue tendo valentia suficiente
para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz –
se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz,
te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo,
eu faço força para manter algumas esperanças
acesas, como velas. Que seja doce!
Repito sete vezes para dar sorte:
que seja doce, que seja doce, que seja doce..."
Caio Fernando Abreu.